Mary Cassat é uma artista completamente fascinante, é uma das primeiras mulheres a conseguir atingir a fama no mundo da pintura, além disso, é o único membro do grupo dos Impressionistas que é proveniente da América. Cassat sempre adorou pintura, aprendeu-a como hobby enquanto era jovem nos Estados Unidos, mas não se conteve com pequenas pinturas e desafiou assim os seus pais ao viajar para França na busca de expandir os seus horizontes artísticos.
Mais tarde, vários membros da sua família acabam por a apoiar, mudando-se mesmo para França, um membro central, foi a sua irmã, grande companheira ao longo da sua vida. Esta pintura retrata precisamente a sua irmã, feita num dos momentos altos e mais felizes da vida de Mary.
Está aqui presente a imensa habilidade que Mary demonstra ao conseguir integrar o reflexo do espelho por trás na pintura, mas especialmente pelo domínio da sombra e do relevo no corpo da irmã, é extremamente difícil criar as transições abruptas entre o claro e o escuro, assim como criar uma iluminação tão complexa. É uma pintura bastante colorida e viva, o que se mostra ser um dos traços pintura de Cassat, é uma artista que não tem medo de usar cores garridas e vivas nas suas pinturas.
Nota-se um dos traços mais importantes do Impressionismo, o foco está na sua irmã e tudo o resto torna-se secundário, a irmã é a impressão central da pintura. Além disso, este estilo de pincelada é extremamente fluido e aberto, um traço característico do Impressionismo, que ao contrário do que se possa imaginar, é muito mais difícil de realizar, visto que não deixa margem para fazer correções, tem de ficar perfeito à primeira.
Infelizmente, uns anos após esta pintura, a irmã de Mary irá morrer de doenças respiratórias, criando uma grande linha de demarcação na sua vida e na sua arte. A sua irmã era realmente a sua grande companhia, era com ela que Mary realizava as suas saídas para pintar, com a sua morte, o seu espirito aventureiro parece ficar muito mais diminuído e os temas das suas pinturas transitam para o interior e a vida doméstica, visto que os seus passeios artísticos diminuem abruptamente.
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